minicontos, micro-contos, nanocontos, micro-narrativas, relatos curtos, contos breves, hiperbreves, microrelatos, cartuns, poemas etc.
19 setembro, 2008
16 setembro, 2008
336. Elvis
Antes de morrer, Adalberto, o taxista, chamou a esposa e confidenciou-lhe um último segredo:
“ Elvis não morreu”
“Grande novidade”, ela disse.
“ Elvis não morreu”
“Grande novidade”, ela disse.
“Esperava que me contasse que me traía com a Cida Cabeleireira, aquela vaca”
Ele riu e tossiu e pediu calma – a voz era um fio. Nem sombra do vozeirão que jurava ter tido.
“Você não bota fé, não é? Mas eu posso provar”
“Provar o que?”
“Que Elvis não morreu, ora!”
“Está bem, homem. Vá lá, prove”
Adalberto fez uma pausa e revelou-lhe:
“Eu sou Elvis, Marilda. Elvis Aaron Presley”
Marilda não queria acreditar mas rendeu-se quando ele lembrou-a de como, com aquele peso todo, conseguia fazer o diabo com os quadris. E e de como quando, no meio da noite, sonâmbulo, costumava se expressar em inglês fluente com sotaque do Tennesee, assustando-a .
Como veio parar em Santo Inácio do Pinhal, no entanto, nem ele próprio conseguia explicar; já que por aquele tempo, admitia, as drogas pesadas é que estavam no comando dos seus atos.
Diante dos olhos mareados da esposa, ele finalmente entregou os pontos. Descansou. E ela,como sempre fazia, às vezes por pirraça, e para não perder o costume, contrariou-o:
“Você estava errado, Adalberto. Totalmente equivocado. Elvis está morto, sim. Mortinho da Silva”
Ele riu e tossiu e pediu calma – a voz era um fio. Nem sombra do vozeirão que jurava ter tido.
“Você não bota fé, não é? Mas eu posso provar”
“Provar o que?”
“Que Elvis não morreu, ora!”
“Está bem, homem. Vá lá, prove”
Adalberto fez uma pausa e revelou-lhe:
“Eu sou Elvis, Marilda. Elvis Aaron Presley”
Marilda não queria acreditar mas rendeu-se quando ele lembrou-a de como, com aquele peso todo, conseguia fazer o diabo com os quadris. E e de como quando, no meio da noite, sonâmbulo, costumava se expressar em inglês fluente com sotaque do Tennesee, assustando-a .
Como veio parar em Santo Inácio do Pinhal, no entanto, nem ele próprio conseguia explicar; já que por aquele tempo, admitia, as drogas pesadas é que estavam no comando dos seus atos.
Diante dos olhos mareados da esposa, ele finalmente entregou os pontos. Descansou. E ela,como sempre fazia, às vezes por pirraça, e para não perder o costume, contrariou-o:
“Você estava errado, Adalberto. Totalmente equivocado. Elvis está morto, sim. Mortinho da Silva”
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