Contra o por do sol
Contemplando a sombra adulta
Menininha ri
minicontos, micro-contos, nanocontos, micro-narrativas, relatos curtos, contos breves, hiperbreves, microrelatos, cartuns, poemas etc.
08 agosto, 2012
silicon valley (miniconto)
Aqueles engenheiros com quem vivia saindo, uns Nerds. Racionais. Práticos demais. Poesia nenhuma. Em matéria de cama, então, nada criativos. Era deixar cair o sutiã para ouvi-los dizer as mesmas bobagens. Decoreba. Que nem Tabela Periódica.
haicai erudito
“Hoc putas?*”,gasto o meu latim
Língua que se faz de morta – ela retruca
Pra falar mal de mim.
Língua que se faz de morta – ela retruca
Pra falar mal de mim.
*. “que pensas disto?”
07 agosto, 2012
Corpse - miniconto
Não foi à Exposição Corpos, no Ibirapuera. Amava aquele tipo de arte mas odiava fila. Além do mais era um dia chuvoso, o que convidava a ficar em casa, lendo um bom livro, degustando um vinho de boa cepa, curtindo sua coleção particular.
Funeral do Político Corrupto (miniconto)
Quando baixou o túmulo, mesmo sem o recurso milenar das artes egípicias, mumificou-se. Não o devoraram os vermes; pois, como se sabe, os pequenos asquerosos não são dados ao canibalismo.
Elle et Ella
Ela adorava trufas
Ele Truffaut
Ela amava o Rambo
Ele Rimbaud
...
Ela era doida alucinada por marmelada
Ele pirava de prazer só de ler
Um verso de Mallarmé.
E mesmo assim Eles se completavam
Nas noites profanas, nos fins de semana, todo santo-dia
Se locupletavam
De pão , biscoito, churros, broas, sonhos, croissants
E poesia.
Sísifo
Da alavanca de Arquimedes
Da roda, cuja patente é já de público domínio
Das roldanas e contrapesos de da Vinci
...
Ou do pêndulo de Focault...
Tu dependes.
E só tens os braços e as pernas e a vontade
Para que realizes
A tarefa que te cabe.
Tu dependes.
E só tens os braços e as pernas e a vontade
Para que realizes
A tarefa que te cabe.
Conde Nado (conto de vampiros)
- Naquele tempo, rapaz, eu só acreditava.... no pulsar das minhas veias - queixou-se saudoso o vampiro.
- Também custiste o pessoal do Ceará, Conde Nado? Ednardo, Fagner, Belchior, Fausto Nilo...
No aço dos seus olhos, baço, vislumbrei um traço de tristeza, uma melancolia profunda.
- Terra do Sol. Estou fadado a não voltar mais lá. Sou agora uma criatura d...
a noite. Outras veias pulsantes me interessam.
- E a Transilvãnia?
- Aquela ingrata? Trocou-me por um lobismem das bandas do Cariri. Imagine que vivia me chamando de cachorro, a rapariga. E agora deu para gostar de uivo ao luar do Sertão. Vá entender as muleres, cabra. Vá entender!
- E a Transilvãnia?
- Aquela ingrata? Trocou-me por um lobismem das bandas do Cariri. Imagine que vivia me chamando de cachorro, a rapariga. E agora deu para gostar de uivo ao luar do Sertão. Vá entender as muleres, cabra. Vá entender!
Numa fria (poemeto)
Cara-de-pau, sim, admito, eu sempre fui
aí caí na besteira de dar em cima daquela lambisgóia
Medusa é o meu nome riu-se a convencida
E deixou-me assim: com cara-de-sequóia.
É isso aí, amizade...
- Pois é, agora sou escritor.
- É mesmo e... quanto já ganhaste?
- Uns trinta, quarenta...
- $$$$$????
- Não, amigos.
- ???
- Moeda forte, com lastro.
- É mesmo e... quanto já ganhaste?
- Uns trinta, quarenta...
- $$$$$????
- Não, amigos.
- ???
- Moeda forte, com lastro.
Prosa (minicrônica)
Prosa
Quando criança, no sertão de Crateús, eu costumava passar férias escolares na casa das minhas avós. De vez em quando elas largavam seus afazeres, trancávamos a casa a tramela ( para os animais domésticos não entrarem, e não os homens; pois naquele tempo podia-se até dormir de porta aberta.) e saíamos para fazer visitas. Os vizinhos, eram todos compadres, comadres.
Minhas avós amorteciam a...
Quando criança, no sertão de Crateús, eu costumava passar férias escolares na casa das minhas avós. De vez em quando elas largavam seus afazeres, trancávamos a casa a tramela ( para os animais domésticos não entrarem, e não os homens; pois naquele tempo podia-se até dormir de porta aberta.) e saíamos para fazer visitas. Os vizinhos, eram todos compadres, comadres.
Minhas avós amorteciam a...
minha impaciência infantil:
"É só uma prosa com a cumadre S. Coisa rápida. Toma o café e fica quieto!"
"Que cousa, minino? É o tempo de um dedin de prosa com o cumpadre F Coma uma broa e sossega!."
Prosa. Passei a prestar a atenção às conversas. E descobri que o aquela gente inculta ebela praticava, o proseio do dia-a-dia, a prosopopéia, pasmem, era Poesia pura.
"É só uma prosa com a cumadre S. Coisa rápida. Toma o café e fica quieto!"
"Que cousa, minino? É o tempo de um dedin de prosa com o cumpadre F Coma uma broa e sossega!."
Prosa. Passei a prestar a atenção às conversas. E descobri que o aquela gente inculta ebela praticava, o proseio do dia-a-dia, a prosopopéia, pasmem, era Poesia pura.
Bananas (miniconto)
- Chega aí. Olha só o que eu descolei.
- Caraca!! Isso é.... dinamite?
- Que tu acha? O vigia da pedreira lá na Cantareira que descolou. Chegado meu.
- E aí, quando a gente vai detornar uns caixas?
- Hoje mesmo, na hora do jogo. Com a foguetada toda ninguém vai nem notar.
- Porra, tu é crânio véio! Pensa em tudo.
Aquela noite não houve foguetório. O time local fracasso...
- Caraca!! Isso é.... dinamite?
- Que tu acha? O vigia da pedreira lá na Cantareira que descolou. Chegado meu.
- E aí, quando a gente vai detornar uns caixas?
- Hoje mesmo, na hora do jogo. Com a foguetada toda ninguém vai nem notar.
- Porra, tu é crânio véio! Pensa em tudo.
Aquela noite não houve foguetório. O time local fracasso...
u. E os parceiros resolveram assim mesmo detonar o caixa. Só que as bananas de dinamite, úmidas, falharam.
- Só tu mesmo para arranjar essas porras vencidas.
- Eu pensei que...
- Tu é burro mesmo! Quando pensa, pensa errado!
- Só tu mesmo para arranjar essas porras vencidas.
- Eu pensei que...
- Tu é burro mesmo! Quando pensa, pensa errado!
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