09 janeiro, 2009

357. portuárias

Mareado de tanta solidão, encontrou finalmente num bar de um porto movimentado a mulher da sua vida. Uma oportunidade única. Não podia perde-la. Chamou-a à sua mesa, pagou-lhe uma bebida, fizeram amor em um quarto sujo no andar de cima.

"Por você abandono o mar", confessou enquanto fumava vendo pela persiana dentro da escuridão as luzes do navio em que servia fundeado na baía.

"Sei" sorriu a mulher. Enquanto se vestia disse-lhe o que teria dito a qualquer marujo:

"Nunca deixe de sonhar, garoto"

E desceu as escadas para ser a mulher da vida de um outro.

Nenhum comentário: