Aquela última noite em Angicos, Maria Bonita sonhou que vivia em Jeremoabo com seu primeiro marido, Zé de Neném, homem bom, honesto mas estéril e sem pulso. Tinham ambos por volta de setenta anos de idade e número idêntico de descendentes (os sonhos são tão confusos). Estavam ambos sentados na varanda da fazenda. Ela, trabalhando os bilros num labirinto de renda; ele picando fumo, enrolando um cigarro de palha. Papeavam:
- Tivesses eu perdido a cabeça indo com “aquele homem”, meu velho, nada disso estaria acontecendo agora.
- De cabeça não me fale que chapéu não faço, Maria Déia. Sou sapateiro e vou morrer sapateiro.
- Tivesses eu perdido a cabeça indo com “aquele homem”, meu velho, nada disso estaria acontecendo agora.
- De cabeça não me fale que chapéu não faço, Maria Déia. Sou sapateiro e vou morrer sapateiro.
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