Era o Dia Sem Carro. E ele mais que qualquer um estava convencido disso embora não tivesse lido os jornais ou assistindo à TV. Sentado no meio fio daquela travessa de pouco movimento contemplava desolado e impotente a vaga onde meia hora antes havia estacionado o carro cujas prestações ainda estava a pagar.Transportava para dentro de si aquele vazio intragável quando ateve-se a uma poça escura de óleo no meio da vaga. Adivinhou nela o formato de um pássaro negro (um corvo? um abutre?). Persignou-se. Definitivamente, aquele não era o seu dia de sorte.
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