“ Toma que o filho é
teu! “, disse-me Khêrnya, irritada e furiosa. E atirou aquela coisa amorfa e
gosmenta no meu colo.
Caí na real. E minha
primeira reação foi jurar por todos os santos e orixás protetores, que nunca
mais colocaria na boca uma gota que fosse da marvada -
reconheço que era a milésima vez, mas eu sempre assumo este tipo de
compromisso, digo de jurar e fazer promessas que não cumpro, quando
cometo alguma besteira ou algum excesso sob o efeito do álcool.
Khêrnya subiu nas
tamancas e entrou no seu veículo prateado batendo com força a porta.
Perguntei-lhe se ia demorar e ela me mandou para aquele lugar.... Helheimr*.
Quando ela já ia
longe, sumindo por trás do Pico do Jaraguá, perguntei-me se ela cumpriria mesmo
a ameaça de não mais voltar.
À distância Khêrnya invadiu minha frequência telepática apenas para me dizer
despeitada:
“Pode apostar, terráqueo! Pode apostar!”
*. Inferno na mitologia nórdica: Helheimr (Lar de Hel
deusa da morte).
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