06 março, 2008

320. abissal

nunca sonhava pois sequer dormia. dedicava-se, como aconselhavam as escrituras, a orar e vigiar para não ser surpreendido.
uma noite, na escuridão liquida da fossa abissal em que custumava mergulhar, divisou um pequeno ponto de luz fosforescente e imaginou se não seria um daqueles seres esquisitos que só se encontram nas profundezas. não quis crer que sonhasse e esfregou os olhos uma, duas vezes. foi então que percebeu que estava sem o escafandro.

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