acordou sentindo-se um ser desprezível. E com um dilema: "sou um homem ou um rato?". ao questionar-se assim não ocultava a clara intenção de provocar um terremoto, um cisma que fosse no seu mundinho cômodo, um vendaval que intimasse o seu íntimo a enfim assumir de vez uma personalidade ímpar, sólida, compacta.sem que pudesse se controlar saiu de casa cabisbaixo arrastando o sobrepeso do corpo, os olhos a varrer os desníveis do pavimento de velhas pedras portuguesas e fez ponto no mesmo bar de sempre, o Oráculo. ali, entre a cerveja gelada e a porção generosa de provolone, foi aos poucos se desencorajando de convencer-se a si mesmo da urgente necessidade de aprender, antes tarde do que nunca, a conviver com suas próprias diferenças e com aquela sua cruel e inusitada dualidade.
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