Nos últimos tempos afligia-o a pureza e a perfeição de um branco imaculável e
permanente. Desesperava-se, pois suspeitava que a fonte, o veio, a inspiração, o sopro suave das musas
tivesse se esgotado. Diante dos seus olhos angustiados a folha de papel, também
branca, o desafiava. Começou a odiar aquela cor que era suma condensação de todas
as outras. Custava-lhe admitir que todo aquele pesadelo devia-se a outro branco, o das
carreiras, que dera para aspirar com cada vez mais frequência. Admitia: era mais aspiração, que inspiração.
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