18 fevereiro, 2009

373. a marca

Procurei marcas de batom na camisa e achei. Uma. Oculta sob o colarinho. E não era dos meus que jamais uso carmim. Em segredo chorei. Aquela noite não fizemos sexo pois ele não me procurou; e se o fizesse eu me vingaria inventando uma enxaqueca. Mas já relevei. Sou assim. É meu jeito. Não guardo ressentimento. Faz-me mal. A camisa? Lavei-a, passeia-a, pendurei no armário. Meu marido, quando voltar de viagem, nem vai notar que ele a pegou emprestado.

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