08 março, 2007

267. enigma


de-me cifras ou te defloro! - ameaçava.
e a prostituta morria de rir do modo empolado de falar daquele velhinho safado.

266. o mago


à margem do que um dia foi o rio piedra, o mago sentou e chorou - água mesmo só dos seus olhos.

265. o atirador


- reconheces que fostes tu que atirastes ontem contra os transeúntes? - interrogou o juiz.
- para ser franco, meritíssimo, sim.

264. hábito


sempre cinco quilos acima do peso. culpa do hábito (comer unhas) e do emprego - era manicure desde os dezesseis.

263. proust


marcel costumava andar sozinho pela praia. não refletia; apenas buscava o tempo perdido. uma vez achou um relógio zerinho...

262. o concurso


na pressa tinha errado a mão e digitado: concurso de minicoitos. o que bastava para explicar a insistência daqueles anões para que os atendesse.