16 junho, 2011

631. Outro Conto Hindi


O arqueiro Arjeder foi posto à prova por seu mestre e colocado em um cova de tigres de bengala. A consultar sua aljava viu que todas as flechas estavam ali, mas surpreendeu-se ao ver que a corda do seu arco estava arrebentada. Crente de que não teria chance, o guerreiro maldisse mil vezes o seu mestre. Mas quando as feras apareceram, ele percebeu que eram apenas filhotes não maiores que um gato doméstico e bendisse também mil vezes os seu mestre.Mais tarde o mestre veio ter com ele e lhe disse:

"O tigre às vezes é do tamanho de um gato; assim como o medo de um homem às vezes a o torna menor que um rato."

630. Um Conto Hindi

Narjandi, o sábio, subiu a montanha Layaheema e por doze anos jejuou purificando o corpo e alma. Ao descer o venerável distraiu-se e pisou na bosta de um Yaqui.


"Puta-que-pariu!", xingou irritado.


O eco daquele palavrão, para o pasmo dos alpinistas estrangeiros cuja presença é cada vez mais frequentes naquelas paragens, ainda reverbera nas encostas geladas da montanha.

3º concurso de minicontos do Estronho



Saiu o resultado do 3º concurso de minicontos do Estronho. O tema foi "Baile de Debutantes", já que o Estronho e Esquésito completa 15 anos em setembro de 2011. Foram duas categorias! Miniconto e Nanoconto!


Emplaquei tres nanocontos, confiram no link abaixo.


629. Dois minicontos budistas

I-

Um mestre zen peregrinou a sua vida inteira por muitos países. Buscava o equilíbrio. No fim da vida encontrou um abismo, mas se esquecera de tecer a corda.

II-

Um camponês, homem simples, a conselho de um monge saiu em busca do equilibrio. Não o achando voltou a ter com o monge que lhe deu uma corda. Dias depois o campones foi encontrado morto: enforcado.

628. hai kai n.93

Lobo solitário
Velho samurai safado
Espreita as Netchans.

627. hai kai n.92

diga que me ama
Se não transforme em kirigami
este telegrama.

626. Pasárgada, a Outra

Vou me embora de Pasárgada


A República triunfou


As mulheres não me queremA minha cama quebrou.


Vou-me embora de PasárgadaEscaparei por um triz


Da turba que não me atura


Caio fora, sigo em frente


Que Joana, safada, me estranha


Diz que me ama mas mente.


Já empregou seus parentes


Chance que eu jamais tive.


Na fuga farei um cooper


Roubarei uma bicicleta


Não mais burro nem mais brabo


Liso como pau-de-sebo


Tomarei banhos de gato


E quando estiver bem longe


Em São Paulo ou no Rio


Bebo, viro um pau-d'água


E dano a contar histórias


Que no tempo das vacas-gordas


Eu costumava inventar.


Vou-me embora de Pasárgada


Em Pasárgada não tem nada


Fim de civilização


Tenho um processo nas costas


Movido por Conceição


Meu celular não funciona


A Lei Seca me esturrica


As putas beijam na boca


Tenho pena de quem fica.