31 dezembro, 2011

Concurso "100 Anos - 100 palavras


Concurso "100 Anos - 100 palavras" já tem vencedores

Já são conhecidos os três primeiros classificados do concurso de literatura "Cem anos - 100 palavras", inserido nas comemorações dos 100 anos da Universidade do Porto. Autores agora distinguidos vão encabeçar uma publicação com os melhores 100 micro-contos a concurso. A lista dos 100 trabalhos / autores selecionados pode ser consultada abaixo.O lançamento do livro está agendado para 22 de março de 2012, Dia da Universidade do Porto. Aberto a toda a comunidade lusófona, o concurso "Cem anos - 100 palavras" consistiu num desafio à criatividade, ao sintetismo e à imaginação dos participantes: escrever um micro-conto de ficção com apenas 100 palavras. Tendo como pano de fundo as celebrações do Centenário, os trabalhos tinham que focar algum aspeto relacionado com a U.Porto.


VENCEDORES DO CONCURSO "100 ANOS - 100 PALAVRAS"
1º Rui Carlos Queirós de Sousa Basto - Algoritmo

2º Alberto Carlos de Jesus Pereira - Uma vaga no Destino

3º Manuel Francisco Ramos - Os ladrilhos amaldiçoados


Entre os classificados o meu miniconto "Queima de Fitas"


Pra fechar o ano!

04 novembro, 2011

657. um gesto (miniconto)

Não deu para segurar mais. Qual piloto suicida a velha paineira simplesmente desabou sobre o automóvel importado novinho.

“um gesto corajoso e desesperado”, comentaram entre si as flores cativas dos jarros das sacadas do prédio de apartamentos “Que se mostra inútil, já que Eles estão vencendo a guerra”

Concurso FC do B - Resultado

Informo a classificação de um conto meu nesta conceituada antologia de Ficção Científica em concurso promovido pela FC do B.






RESULTADO DO CONCURSO FC DO B - FICÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA
PANORAMA 2010-2011
VENCEDOR NA CATEGORIA ILUSTRAÇÃO
Carlos Reno ("Curumins")


VENCEDORES NA CATEGORIA CONTO
Alexandre Lobão ("Asas") Anderson Santos ("No Passado") Antonio Junior ("Obsoleto") Antonio Bórgia ("Dialética da Perfeição") Augusto Guimarães ("O Patriarca") B.B. Jenitez ("Demiurgo") Carlos Abreu ("Como Jogar Contra Adversários mais Fortes") Carlos Sautchuk ("A Intervenção")Chico Pascoal ("Tiangwá e os Pequenos Guerreiros de Yoomandu-Açu")Denis Winston Brum ("Imperfeito")Gustavo Coelho ("O Sexto Círculo")Gustavo Rimoli ("Apotine Gratinado")João Paulo Vaz ("A Inimaginável Materialização de Samira")Marcel Breton ("Memorial")Mozart Almeida ("Recomeço")Paulo Eduardo Mauá ("Acorda e Vem Ver o Luar")R.Lovato ("Nulla in Mundo Pax Sincera")Raul Habesch ("Resíduos Atômicos e as Falhas nos Microprocessadores Weltall")Ronaldo Brito Roque ("Controle Remoto")Rubem Cabral ("Nanovidas")

03 outubro, 2011

Recuerdos da Ibiapaba




Com a cabeça na minha Terrinha, rascunhei dois poemas que foram publicados na página da Academia de Letras de Crateús. Em um deles reafirmo a minha crença de que a prancha de surfe não foi inventada pelos Havaianos. Haja vista que em tempos ancestrais, no Poty que banha Crateús e Ibiapaba, homens pré-históricos de cabeça chata equilibravam-se hábeis em longas pranchas de Mulungu.


Inscrições rupestres nos paredões da Serra da Ibiapaba, cuja localização não sei precisar pois soube-o pela tradição oral, o atestam.

656. travessia

Todo dia pela manhã tomava a balsa para o continente, onde lecionava; e ao entardecer, de volta, para a ilha onde tinha residência. Invariavelmente, durante a curta travessia, costumava sair do carro e fumar um cigarro, relaxar ver o movimento paquidérmico dos navios a manobrar no cais. No dia em que decidiu que iria parar de fumar, também não saiu do carro nem se preocupou em ver a coreografia lenta dos navios sob a batuta dos práticos. Na névoa baça da manhã, sob os holofotes da cabine da balsa, percebeu, com estranheza, um sorriso de satisfação no rosto do piloto que conhecia apenas de vista mas que sabia se chamar Caron, ou Caronte.

23 setembro, 2011

655. star

Dedos apontavam-me nas ruas. Mas isso foi antes das verrugas nascerem. Minha mãe, coitada,morreu sem entender o seu caos interior, sem me ver crescer e se transformar em uma estrela.

654. fera

A solidão é fera - lamentou o velho domador - Depois que o circo fechou, todo dia me devora.

653. fim da linha

Depois de muitos anos voltaram a se sentar, um ao lado do outro. Foi no banco azul do metrô destinado aos passageiros idosos. Não se reconheceram. Ou apenas fingiram como fizeram a vida toda. O Alzheimer? Bem, poderia ser uma boa desculpa para quem dela se utilizasse primeiro. Mas o que importava era que tinham uma nova oportunidade. De ouro. Era pegar ou... O serviço de alto-falante, podou-lhe as intenções anunciando: " Fim da linha. Este trem será recolhido."

652. dia sem carro

Era o Dia Sem Carro. E ele mais que qualquer um estava convencido disso embora não tivesse lido os jornais ou assistindo à TV. Sentado no meio fio daquela travessa de pouco movimento contemplava desolado e impotente a vaga onde meia hora antes havia estacionado o carro cujas prestações ainda estava a pagar.Transportava para dentro de si aquele vazio intragável quando ateve-se a uma poça escura de óleo no meio da vaga. Adivinhou nela o formato de um pássaro negro (um corvo? um abutre?). Persignou-se. Definitivamente, aquele não era o seu dia de sorte.

651. lapsos

Aquela altura da vida, com o claro intuito de provocá-la, ele disse - em alto e bom-tom porque ela estava ficando surda.

- Verdes. Os olhos da minha amante são verdes, ouviu? Lindos. Duas esmeraldas.

Ela deteve-se no arremate do ponto de crochê, olhou-o de soslaio e sentiu pena. Não iria negar-lhe o prazer de humilhá-la que era o que o mantinha vivo. Sabia-o, desde os primórdios, daltônico. E agora tinha também, com cada vez mais frequência, aqueles lapsos de memória...

09 setembro, 2011

"Quando o Saci encontra os Mestres do Terror"





Saiu a lista dos selecionados pela Editora Estronho dos contistas que vão compor a antologia




"Quando o Saci encontra os Mestres do Terror".






Uma mistura Estronha e interessante. Junte-se Poe, Bierce, Lovecraft ao fantástico do nosso rico folclore e só pode dar boa coisa.




E para se juntarem aos convidados: Ana Cristina Rodrigues (Fragmento do Mss 135679 da Biblioteca Nacional do Brasil), Felipe Santos (Devoradora) e Flávio de Souza (Noite sem lua) foram selecionados os autores Chico Pascoal (Mr. Bierce e o Duende dos Pampas), Cristiano Rosa (A estrela das águas), Cindy Dalfovo (Iara, meu amor), Dana Guedes (um causo dos que não se contam na floresta de concreto), Eriwelton Alves Soares (Olhos tristes no cinza do asfalto), Florestano Boaventura (Tempat Bagi Orang Yg Terlantar), Lemos Milani (Os pesares da noite), Lucas Lourenço (Pacto hereditário), Natália Couto Azevedo (Lírios, na beira da cachoeira), Nikelen Witter (Embornal dos olhos), Rogério Silvério de Farias (O horror em chamas), Verônica Freitas (O homem sem mãos) e Walter Tierno (Cobrança da pisadeira). Além de nossa organizadora Tânia Souza (Nem todo verão pertence ao sol).



Fica o recado!



Chico P.

31 agosto, 2011

650. O perfil de Edgar

Edgar está morto. Sua vida foi medíocre, desinteressante, e quase ninguém sentiu sua falta. Mas o seu perfil está lá, ativo, nas redes sociais, a receber convites para eventos que nunca irá comparecer.


P.S. Edgar sempre foi um sujeito antissocial.

647. achados & perdidos (miniconto)

O guarda-chuva que tu me destes, perdi-o. Longe de me lamentar, considerei que poderia assim disfarçar as lágrimas de perder.

01 agosto, 2011

646. o rejeitado (miniconto)

As pesquisas eleitorais davam como certo que a sua rejeição atingia pela primeira vez o nível mais alto. Protestou. Acusou os institutos de manipulação dos dados. Pois sabia-se amado, reverenciado pelo povo, endeusado pelas massas. À noite, retornando ao aconchego do lar, seu filho, concentrado no videogame, sequer deu pela sua presença. Na cama, sua mulher alegou uma súbita dor de cabeça, virou de lado e dormiu. Há alguém nesta casa que ainda se importa comigo?, perguntou-se. O cão! Lembrou. Sim, o fiel amigo canino de todas as horas, o que não se vendia, não fazia acordos escusos, nem seguia tendências. Onde estava este bendito ser que desinteressado sempre o esperava à porta, contente, a lhe fazer festas? Teria aproveitado que a porta estava aberta e escapado para a rua? (era, como ele próprio, um amante e defensor fervoroso da liberdade). Estaria enfermo? Alguém o teria raptado?

Como resposta aos seus questionamentos ouviu um ganido aflito e correu até quintal. Ali constatou por que o pobre cãozinho não pudera ir ao seu encontro: o animal tinha o rabo preso.

645. um sinal (miniconto)

Na tarde chuvosa em que pediria sua noiva em casamento, um arco-íris cruzou seu caminho e fez com que mudasse de ideia. Místico, considerou como sendo um “sinal” para que assumisse o que realmente era.

644. haicai n.99

vento vespertino
vaga pela rua - cão vadio?
um saco plástico

643. haicai n.98

equilibro seixos
um sobre o outro
faço um pedido

642. haicai n.97

Terreno baldio
Perseguindo lagartixas
Um cachorro vadio

641. haicai n.96

Vazante do açude
Canas que ao vento ondeiam
Lembrança me acude

640. haicai n.95

Aos olhos boêmios
Cabem guardar o segredo
Desta lua insone.

639. haicai n.94

Eita porra!
Tanto preá dando mole
E eu sem gangorra.

04 julho, 2011

Seleção Final de VII Demônios - Avareza




De antologia em antologia vou pegando o jeito. Meu conto Os Doze Apóstolos foi um dos classificados pela Antologia Demônios VII da Editora Estronho. Farão-me companhia nessa empreita Erivelton Clarindo Gomes (O tesouro do Mão Furada), Fábio D´Oliveira (Pérfido), Felipe Castilho (O dono da rua), Ghad Arddhu (Segredos sob a Égide de Mercúrio), Lemos Milani (A maleta preta), Luciano Milici (Academia inferno), Raphael Montes (O porquinho de porcelana da vovó), Rodolfo Santos (É tudo meu), Thiago Vieira (Sua Bethânia), Valentina Silva Ferreira (Águas malditas), ViviFerr (Carmen) e Zé Wellington (O trágico destino do colecionador de riquezas)

Parabéns a Todos!

21 junho, 2011

638. miniconto (debut) 8

Como, senhora? Não, não sou avô de nenhumas delas. Claro, com esta idade bem que poderia ser. Vontade de botá-las no colo não me falta.

637. miniconto (debut) 6

Debutava. Os olhares pegajosos dos velhos buscando no seu corpo a poção que os rejuvenesceria. Eles tinham dinheiro e sabiam negociar.

636. miniconto (debut) 5

O baile inteiro ela nos braços de outro. A flecha negra do ciúme na aljava do cupido é metáfora. Arma branca é o que ele portava.

635. miniconto (debut) 4

Frente ao espelho, fez a prova. Estava deslumbrante e triste. Não seria Ele que iria debutar dentro do vestido no baile daquela noite.

634. miniconto (debut) 3

Rita invadiu histérica o Social Clube, e tentou agredir uma das debutantes. “Devolve o meu homem, rameira!”, acusava a viúva.

633. miniconto (debut) 2

A fotografia oval de louça, dela aos quinze. A última que tirou antes que o tifo a vitimasse. Dizem que obra milagres. Nem um milagre a salvou.

632. miniconto (debut) 1

Dá-me o prazer? – aproximou-se o cavalheiro. Ela sorriu e deixou-se conduzir. O prazer, no entanto, seria todo dela, a Predadora.

16 junho, 2011

631. Outro Conto Hindi


O arqueiro Arjeder foi posto à prova por seu mestre e colocado em um cova de tigres de bengala. A consultar sua aljava viu que todas as flechas estavam ali, mas surpreendeu-se ao ver que a corda do seu arco estava arrebentada. Crente de que não teria chance, o guerreiro maldisse mil vezes o seu mestre. Mas quando as feras apareceram, ele percebeu que eram apenas filhotes não maiores que um gato doméstico e bendisse também mil vezes os seu mestre.Mais tarde o mestre veio ter com ele e lhe disse:

"O tigre às vezes é do tamanho de um gato; assim como o medo de um homem às vezes a o torna menor que um rato."

630. Um Conto Hindi

Narjandi, o sábio, subiu a montanha Layaheema e por doze anos jejuou purificando o corpo e alma. Ao descer o venerável distraiu-se e pisou na bosta de um Yaqui.


"Puta-que-pariu!", xingou irritado.


O eco daquele palavrão, para o pasmo dos alpinistas estrangeiros cuja presença é cada vez mais frequentes naquelas paragens, ainda reverbera nas encostas geladas da montanha.

3º concurso de minicontos do Estronho



Saiu o resultado do 3º concurso de minicontos do Estronho. O tema foi "Baile de Debutantes", já que o Estronho e Esquésito completa 15 anos em setembro de 2011. Foram duas categorias! Miniconto e Nanoconto!


Emplaquei tres nanocontos, confiram no link abaixo.


629. Dois minicontos budistas

I-

Um mestre zen peregrinou a sua vida inteira por muitos países. Buscava o equilíbrio. No fim da vida encontrou um abismo, mas se esquecera de tecer a corda.

II-

Um camponês, homem simples, a conselho de um monge saiu em busca do equilibrio. Não o achando voltou a ter com o monge que lhe deu uma corda. Dias depois o campones foi encontrado morto: enforcado.

628. hai kai n.93

Lobo solitário
Velho samurai safado
Espreita as Netchans.

627. hai kai n.92

diga que me ama
Se não transforme em kirigami
este telegrama.

626. Pasárgada, a Outra

Vou me embora de Pasárgada


A República triunfou


As mulheres não me queremA minha cama quebrou.


Vou-me embora de PasárgadaEscaparei por um triz


Da turba que não me atura


Caio fora, sigo em frente


Que Joana, safada, me estranha


Diz que me ama mas mente.


Já empregou seus parentes


Chance que eu jamais tive.


Na fuga farei um cooper


Roubarei uma bicicleta


Não mais burro nem mais brabo


Liso como pau-de-sebo


Tomarei banhos de gato


E quando estiver bem longe


Em São Paulo ou no Rio


Bebo, viro um pau-d'água


E dano a contar histórias


Que no tempo das vacas-gordas


Eu costumava inventar.


Vou-me embora de Pasárgada


Em Pasárgada não tem nada


Fim de civilização


Tenho um processo nas costas


Movido por Conceição


Meu celular não funciona


A Lei Seca me esturrica


As putas beijam na boca


Tenho pena de quem fica.

31 maio, 2011

625. hai kai n.91

Biguá abre os braços
Rende-se - e mesmo assim
Caçador faz fogo.

27 maio, 2011

626. culpa

Ele sempre fez isso (mijar fora do vaso), disse vovó. Agora é que deu para por a culpa em um tal de Parkinson.

625. tocaia (miniconto)

Ao preservar a floresta latifoliada, mal sabia que dali partiriam os tiros covardes que selariam o seu destino.

624. hai kai n.90

O tempo virou
Apressa o passo a saúva
Abro o guarda-chuva

623. hai kai n.89

Aquela miragem
no meu deserto interior
está só de passagem.

622. hai kai n.88

Chuva de outono
Folhas secas de momiji
Entopem a calha

621. hai cai n.87

Sapinho guloso
Ao engolir pirilampos
Pisca luminoso.

620. hai kai n.86

Nesta plataforma
Enquanto o meu trem não chega
Descarrilo um sonho

619. hai kai n.86

Atrás do biombo
Vejo uma moça nuinha
Cinema de sombras.

Historia Fantástica do Brasil



História Fantástica do Brasil - Inconfidência.



Estarei presente nesta nova antologia da Editora Estronho com o conto "Antevisões do Destino de Um Heroi da Inconfidência"



Aguardem!

24 março, 2011

618. hai kai n.84

Para amor bandido
Pistola sete-meia-cinco
Na mão do Cupido

617. hai kai n.83

Tremores frequentes
Temores constantes - cismo
Sísmicos rompantes

Namida (lágrima)




11 março, 2011

616. hai kai n.82

Cruzo o viaduto
Recitando o velho mantra
Pronto para o dia

615. hai kai n.81

Finda a tempestade
Deixo o abrigo da igreja
De alma lavada

614. hai kai n.80

Trovões ribombeiam
Como salvas de canhões
Cachorro se esconde

613. hai kai n.79

Na barra do rio
Ali encontram-se duas águas
E a lua nuinha

612. hai kai n.78

Sofri por amor
Quem não sofreu que atire
A primeira flor

611. hai kai n.77

Passa a tempestade
Destas árvores tombadas
Antigas vontades.

610. hai kai n.76

Chuva de granizo
O som que me dá na telha
É raro improviso

609. hai kai n.75

Todos meus segredos
Se revelam assim frágeis
Nos teus dedos ágeis

PROCURADO


11 fevereiro, 2011

608. passarela

Flor de favela, beleza esguia e exótica moldada pela fome, Iracema sonhava com a passarela. Não passou despercebida aos olhos experientes de um selecionador. Na pressa e na ansiedade de comparecer à agencia de modelos em que faria o teste redentor, atravessou a avenida aquela manhã sem olhar para os lados e foi colhida por um automóvel em alta velocidade. Na grama rala do canteiro central, enquanto esperava o socorro da ambulância pública que não chegaria a tempo, mal respirava e ainda sonhava: Via-se em passos de ave pernalta, exuberante num modelito de griffe, a desfilar na velha passarela de concreto que metros acima seccionava o céu fuliginoso da cidade.

A revista eletrônica de Literatura O Bule (http://www.o-bule.com/) está com um Especial em que apresenta o melhor em narrativas curtas. Wilson Gorj, Felipe Valério, Angela Schnoor, Hélverton Baiano, Ana Mello, Tiago Moralles, Raphael Gancz e este que aqui vos escreve, estamos colaborando com micronarrativas, nanocontos, brevidades. Confiram.

20 janeiro, 2011

CURSED CITY

Ay caramba! Comemoro. Dou tiros a esmo. Já matei três tristes abutres. Motivo: meu conto "Duas Lendas" vingou e é um dos classificados em concurso organizado pela Editora Estronho, do escritor/editor M.D. Amado.


Os relatos se passam neste pedaço esquecido do inferno chamdo Cursed City (Cidade Amaldiçoada)





Estou mal acompanhado. Do meu bando fazem parte os celerados: André Bozzetto Jr. , Alfer Medeiros, Alliah, Ana Cristina Rodrigues, Carolina Mancini , Cirilo S. Lemos, Davi M. Gonzales, , Georgette Silen, Jota Marques, Lucas Rocha , M. D. Amado, Marcel Breton, Romeu Martins, Tânia Souza, Valentina Silva Ferreira, Verônica Freitas, Yvis Tomazini e Zenon.




Breve teremos o lançamento, Carajo!!

Chico Pascoal

14 janeiro, 2011

607. o preso político

O senhor R. Olivares tinha um sestro feio: de cinco em cinco segundos coçava discretamente o saco escrotal. Isso quando trabalhava na Secretária de Assunto Restritos e Confidenciais e podia fazê-lo tranquilamente sob o tampo da mesa de cedro em que elaborava relatórios diários e planilhas Excel que abasteciam os diversos órgãos e sub-órgãos da Administração Pública. Fora dali usava sempre, mesmo em dias abafados, um largo sobretudo com bolsos vazados através dos quais podia se coçar sem o risco do constrangimento.

Quando informações sigilosas vazaram causando prejuízos irreparáveis ao Estado, a polícia política o levou preso como suspeito. De mãos atadas, o senhor Olivares foi tomado por incontrolável desespero. Em cinco minutos, tempo em que durou sua resistência psicológica, deu com a língua nos dentes e confessou tudo, embora não tivesse culpa alguma.

Passou anos encarcerado. Tiraram sua liberdade, mas não completamente. As mãos continuavam livres .

606. cantiga de roda

Terezinha de Jesus, levou uma queda e foi ao chão... Esta era a versão do marido para as escoriações e hematomas no corpo da amásia. Não, jurou, não agrediria jamais a mãe dos seus filhos.
"Qual delas?", quis saber a delegada. "Seja mais específico, senhor Bernabéu!"

605. intempéries

Choveu em três horas o que era esperado para o mês inteiro. Choveu durante o mês o que era esperado para o ano inteiro. E não foi mais que uma garoa fina, que mal umedeceu a face áspera do velho beduíno.

10 janeiro, 2011

NO CRONÓPIOS...


Êba! Presente de Ano Novo: um poema meu publicado pelo conceituado site de literatura Cronópios http://www.cronopios.com.br/

Confiram!