08 setembro, 2009

495. engarrafamento

Não tem como escapar. Nem há atalhos que possam servir de rota de fuga que as veias e vísceras da cidade estão todas congestionadas. É uma loteria: a cola passa de mão em mão e eles se animam e vem e escolhem uma fêmea desprotegida no flanco exposto da manada. E atacam. Os olhos infantis de bandido vidrados, injetados, estouram com naturalidade o vidro com insufilme e coletam o que lhes parece valer alguma coisa: a bolsa de grife que é uma imitação perfeita da que vendem na Daslu; o celular no console que é verdadeiro; os seios macios, que tocam curiosos, e que são falsos.

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