03 maio, 2010

567. Francisco, meu avô.

Meu avô paterno, também Francisco como seu pai e meu pai e o filho que ainda não tive, quando moço, esteve na Amazônia. A cara e a coragem, uma mão na frente e outra atrás, este cearense obstinado subiu igarapés, venceu distâncias a remo, deu duro na coleta da borracha, ganhou cem contos de réis e doze malárias que curou a base de quinino. Saudade, porém, não se cura. Logo que pode ele tomou um Ita e regressou à terra árida que lhe viu nascer; e morreu de velhice aos cinquenta e oito anos.
*. esboço feito após um papo rápido, porém gratificante, que tive com o célebre escritor manauara Milton Hatoum.

2 comentários:

Nirton Venancio disse...

Meu caro, estou comentando antes de ler seu blog, pelo prazer das boas vindas a nós que viemos das águas do rio Poty. Prazer em revê-lo, apesar de eu não ter uma lembrança muita nítida sua... faz tempo. Vamos nos revendo por aqui, aumentando o foco.

Nirton Venancio disse...

Os chamados microcontos, microrelatos... são sempre fascinantes pela desafio: desabar um mundo de tudo, sejam lembranças ou observações, em poucas e necessárias palavras. O minimalismo me encanta, em todas as artes.

Felicitações, meu caro, pelo que estou lendo no seu blog!

Hábraços!