28 agosto, 2015

Deja Vu (miniconto)

Ele já tinha visto tudo aquilo antes. E podia até mesmo antever o que, inevitavelmente, iria acontecer em seguida, quando, apesar da inutilidade do elemento surpresa, flagrasse os dois na cama. Sabia também que, novamente, fora o último a saber; mas não se importava mais. Desta vez, porém, como das outras vezes, jurava por Deus, iria criar coragem e mudar o enredo. Esquecia-se, por exemplo, que se esquecera de comprar uma arma. Era ruim de memória. Talvez por isso mesmo a natureza sábia o recompensasse com a repetição dos eventos da sua vida. Tudo começara, ele não lembrava, ainda na escola, quando repetira cada um dos anos do ensino fundamental.

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