17 abril, 2009

409. de cheiros e contactos

O Comandante João era um governante que cagava e andava para os índices de popularidade. Dizia com todas as letras que preferia o cheiro dos cavalos ao contacto com o povo. Ao deixar a vida pública, aposentado, João deu para passar as tardes no Jóquei Clube jogando damas e aspirando deliciado aquela acre atmosfera eqüina.

“Antes montar um puro-sangue que uma mulher do povo”, costumava afirmar ao seu mais fiel parceiro de jogo, Coronel Malaquias, antigo chefe do Serviço de Informações que não perdia a mania de espionar os outros e que por isso mesmo flagrou a ele, João, um dia, detrás de uma das baias, cavalgando a fogosa copeira do clube.

“Entendo, disse Malaquias rindo, que mudastes de idéia a respeito dos cheiros e contactos, meu comandante!!”

“Ando lá meio constipado, sabe? – respondeu João sem interromper o coito - Ainda bem que não perdi o apetite!”

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