12 novembro, 2012

Povoado (poema)

Era uma rusga na serra, um lugarejo, um lugar ermo
A meia-légua a pé do nada - para um obstinado penitente andejo
Fim de mundo e abrigo para fugitivos
Quilombo-abrigo para ex-cativos.
O seu fio tênue d’água rio não perene não era o Tejo
Tampouco um brejo
Ou açude que acudisse súplicas e preces.
Mas era o que lhe cabia.
Era só um povoado acanhado a se despovoar de vivos
Há – dizem - qualquer referência a ele nos velhos livros ilegíveis
Da antiga Freguesia de Nosso Senhor do Bonfim.

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