01 agosto, 2014

Pedras, Noites, Poemas ( a Paulo Leminski)


As pedras estão todas ai, sob os caminhos aplainados e  as vias principais

E ao contrario dos dados  já não rolam.

 

As noites caem sem alarde em avalanche sobre nossas cabeças

Mas não como cai o céu fuliginoso usurpado por terríveis maquinas voadoras

E pássaros covardes em sazonal diáspora.

 

Os poemas no entanto subsistem:

Aos cacos – que juntamos em nosso tolo afã arqueológico.

Aos retalhos – que alinhavamos como inúteis remendos

Em nossa esburacada roupa de domingo.

Nenhum comentário: